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O QUE É SEGREGAÇÃO?

 

Segregação é o ato de segregar, de pôr de lado, de separar, isolar ou apartar. Segregação é o processo de dissociação mediante o qual indivíduos e grupos perdem o contato físico e social com outros indivíduos e grupos. Essa separação ou distância social e física é oriunda de fatores biológicos e sociais, como raça, riqueza, educação, religião, profissão, nacionalidade etc.

 

SEGREGAÇÃO RACIAL

 

Segregação racial é uma política que objetiva separar e/ou isolar no seio de uma sociedade as minorias raciais ou um grupo étnico específico. Na segregação racial os indivíduos ficam restritos a uma região delimitada, ou são criadas barreiras de comunicação social. Na segregação racial as pessoas ficam impedidas de usufruir dos seus direitos dentro da sociedade.

 

Um dos maiores exemplos de segregação racial foi o Apartheid, que ocorreu na África do Sul, onde os negros eram discriminados e foram criadas leis para não frequentaram os mesmos ambientes que os brancos. Depois de séculos, sob a liderança de Nelson Mandela, a luta contra o apartheid foi vitoriosa.

 

Outro famoso exemplo de segregação racial aconteceu nos Estados Unidos, com leis e atos declaradamente racistas, em que afrodescendentes eram discriminados, não tendo os mesmo direitos das outras pessoas. Nos transportes, por exemplo, as pessoas negras tinham que se sentar obrigatoriamente na parte de trás do ônibus.

 

SEGREGAÇÃO ESPACIAL E URBANA

 

A segregação espacial e urbana é quando as classes sociais ficam concentradas em determinadas regiões ou bairros de uma cidade. Essa segregação ocorre em locais onde há uma grande diferença de renda entre os grupos, uns possuem todas as condições de moradia e serviços, e outros não possuem nada parecido.

 

Há críticas a muitos governos devido a segregação, uma vez que os próprios geralmente priorizam os investimentos e melhorias em áreas onde concentra-se a população com maior renda, aumentando assim a segregação, e ignorando as partes mais pobres da cidade. Os condomínios fechados são um grande exemplo de segregação urbana, uma vez que as pessoas buscam por segurança e tranquilidade, fazendo com que elas vão para determinadas áreas da cidade, e construindo muros para proteger as áreas perigosas, aumentando ainda mais a segregação.

 

ÊXODO RURAL

 

O êxodo rural é uma modalidade de migração caracterizada pelo deslocamento de uma população da zona rural em direção às cidades, é um fenômeno que ocorre em escala mundial.

 

O desencadeamento do êxodo rural é consequência, entre outros fatores, da implantação de relações capitalistas modernas na produção agropecuária, onde o modelo econômico privilegia os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades rurais expulsa os pequenos produtores do campo. O intenso processo de mecanização das atividades agrícolas tem substituído a mão de obra humana. Os pequenos produtores que não conseguem mecanizar sua produção têm baixo rendimento de produtividade, o que os coloca em desvantagem no mercado.


Mecanização das atividades agrícolas

 

Outro motivo que proporciona o êxodo rural é o fator atrativo que as cidades exercem sobre parte da população rural. Muitos migram para as cidades, principalmente as mais industrializadas, em busca de emprego e melhores condições de vida.

 

No entanto, esse processo gera vários problemas sociais, pois parte desses imigrantes não possui qualificação profissional exigida pelo mercado cada vez mais competitivo, consequentemente há um aumento populacional desordenado, além do desemprego e do subemprego nessas cidades, atividades como vendedores ambulantes, catadores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outros, são a cada dia mais comuns, os transtornos causados por esse processo atingem toda a sociedade, principalmente as pessoas que deixaram o campo com o intuito de obter melhores condições de vida nas cidades.

 

 

 

Outro fator negativo que pode ser citado é o inchaço das cidades, que na ausência de um planejamento urbano há o superpovoamento de bairros pobres, moradias em locais sem estrutura, aumento de favelas, entre outros fatores.

 

O êxodo rural, como em qualquer modalidade de migração por motivos econômicos, é o resultado lógico de decisões políticas ditadas pelo capital, e principalmente pelos interesses de seus detentores.

 

Políticas públicas devem ser desenvolvidas com o objetivo de solucionar esse tipo de problema, proporcionando subsídios para os pequenos produtores, evitando assim a emigração dessa população para as cidades em busca de uma melhor sorte.

 

MACROCEFALIA URBANA

 

O processo de urbanização de diversas cidades, principalmente em países considerados subdesenvolvidos, ocorreu de maneira acelerada e desordenada, causando problemas urbanos de ordem social e econômica em razão de um fator fundamental: a falta de planejamento.

 

Muitos centros urbanos têm um crescimento desordenado e acelerado provocado pelo desenvolvimento do país em um curto espaço de tempo, que causa um fenômeno marcado pelo inchaço e pela falta de estrutura em determinadas áreas da cidade: a macrocefalia urbana.

 

Esse termo atinge principalmente as grandes cidades, em especial as metrópoles, que recebem uma grande quantidade de migrantes vindos de regiões que não oferecem boas condições socioeconômicas. Quando chegam às grandes cidades, percebem que a realidade não é diferente e ocupam moradias irregulares, não têm acesso a saneamento básico, ficam desempregados e vivem à margem da sociedade, causando a macrocefalia urbana.

 

Essa população entra em um processo de marginalização e procura formas variadas para sobreviver. Muitas vezes essas pessoas ocupam áreas irregulares, chamadas de favela, que não possuem sistema de transporte, água tratada, esgoto – além da falta de empregos, que propicia uma baixa qualidade de vida.

 

Esses problemas sociais e econômicos são acentuados pela falta de uma política pública: os governantes dessas localidades não atuam de forma concisa, ou seja, amenizam, mas não resolvem totalmente os problemas.

 

FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO URBANA

 

A Favelização e a segregação urbana são dois processos que estão diretamente ligados. Tais fenômenos são decorrentes das desigualdades socioeconômicas e dos problemas de planejamento e gestão urbanos. Além de ser resultante das contradições sociais, a formação de favelas contribui para a intensificação e reprodução da segregação sócio espacial.

 

As favelas são normalmente entendidas como habitações humanas em áreas de morro. Mas, na verdade, favela designa áreas de ocupação de terrenos invadidos, geralmente pertencentes ao poder público, que se caracterizam, de modo geral, pela ausência de infraestrutura, pelos altos índices de violência e pela marginalização social de seus moradores.

 

O processo de favelização é decorrente, sobretudo, do processo de inchamento urbano ou macrocefalia urbana. Entende-se por esse conceito o crescimento desordenado da cidade, sem o controle estatal, o que contribui para a precarização das condições de vida na cidade e da incapacidade do Estado de oferecer condições estruturais para o atendimento das necessidades mínimas de boa parte da população.

 

Tal processo é consequência do chamado êxodo rural, isto é, o processo de migração em massa da população que reside no campo para as cidades, em virtude do processo de concentração de terras no meio agrário e da substituição do homem pela máquina no processo produtivo agrícola.

 

Assim, muitas pessoas migram do campo para a cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. Mas como essas pessoas, geralmente, não possuem mão de obra qualificada, tudo o que encontram são baixos salários ou filas de desempregados. Sem opção, essas pessoas se tornam marginalizadas na sociedade, tendo de recorrer à ocupação de áreas irregulares para garantir condições mínimas de moradia.

 

Tal dinâmica contribui, portanto, para o processo de segregação urbana e favelização, originando áreas que só ocupam destaques em páginas jornalísticas policiais e que são tratadas pelos gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento habitacional.

 

 

COMO ACONTECE A SEGREGAÇÃO

 

O padrão mais conhecido de segregação é o centro x periferia, seguindo uma organização em círculos concêntricos. Segundo esse modelo, as classes sociais mais ricas ficariam nas áreas mais centrais dotadas de infra-estrutura e com maiores preços, e as classes pobres ficariam relegadas às periferias distantes e desprovidas de equipamentos e serviços.

 

Esse padrão, entretanto, não é o mais comum nas cidades brasileiras. Aqui, o padrão existente é o de ocupação das camadas de mais alta renda em setores específicos da cidade, segundo uma lógica radial, isto é, partindo do centro principal.

 

[…] os bairros das camadas de mais alta renda tendem a se segregar (os próprios bairros) numa mesma região geral da cidade, e não a se espalhar aleatoriamente por toda a cidade. […] Se o principal móvel da segregação fosse a busca de posição social, do status, da proteção dos valores imobiliários, ou proximidade a ‘iguais’, bastaria haver a segregação por bairro[…]; uns ao norte, outros a oeste, outros a leste e outros ainda ao sul da metrópole. Isso não ocorre, porém. (VILLAÇA, 2001, p. 150)

 

Essa forma de ocupação do espaço pelas camadas de mais alta renda não acontece por acaso. Observando a figura abaixo, podemos começar a ter uma ideia do porquê.

 

Alternativas de segregação metropolitana. Fonte: (VILLAÇA, 2001, p. 340).

 

A estruturação interna das cidades obedece, prioritariamente, à lógica de localização das camadas de mais alta renda. Estas procuram se localizar em áreas com boa acessibilidade ao centro principal e, ao fazê-lo, pioram a acessibilidade das outras áreas. Com o deslocamento progressivo dos serviços e equipamentos urbanos na direção das áreas de mais alta renda, a localização das outras classes vai se tornando progressivamente (relativamente) pior.

 

Assim, inicialmente a localização das elites tende a ser uma área próxima ao centro. À medida que o sistema urbano vai se desenvolvendo, uma série de serviços e comércios tende a se deslocar do centro principal em direção à área ocupada pelas classes mais altas. Surgem então sub centros especializados em serviços destinados a essas classes.


Além disso, os investimentos públicos também tendem a se concentrar nessas áreas, principalmente aqueles relacionados à melhoria do sistema viário e, portanto, às condições de acessibilidade (do automóvel, não necessariamente do transporte coletivo). A mesma coisa acontece com relação aos serviços públicos e edifícios administrativos.

 

Nesse sentido, portanto, é mais viável para as elites manterem uma estrutura similar à figura da esquerda do que à da direita. Dessa forma, é possível controlar os investimentos públicos em uma área relativamente pequena, o que não seria o caso se essas áreas estivessem espalhadas pela cidade. A criação de um conjunto pequeno de vias arteriais já é suficiente para atendê-la.

 

Da mesma forma, a criação de muitos (pequenos) centros de serviços destinados às elites (delicatessens, antiquários, restaurantes e hotéis de luxo, etc.) em vários pontos da cidade não seria viável. Portanto, estes se beneficiam da proximidade entre elas para poderem manter todo um conjunto de benesses urbanísticas que, de outra forma, não poderia ser mantido.

 

SOLUÇÃO: OS PROGRAMAS HABITACIONAIS

 

Programas habitacionais: Minha casa, minha vida, Programa de Arrendamento Residencial (PAR), Programa de operações coletivas (FGTS), Credito Solidário.

 

Objetivo dos Programas: facilitar o acesso da população pobre a um lugar digno de se viver o que melhora sua qualidade de vida, diminuindo o número de pessoas que se encontram nessas condições precárias.

 

 

 

Referências Bibliográficas

 

ALONSO, Suelen. "Macrocefalia Urbana"; Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/macrocefalia-urbana.htm>. Acesso em 26 de setembro de 2015.

 

DILVA, G. O que é Segregação. Fonte: Signifados.com.br. Disponivel em: <http://www.significados.com.br/segregacao/>. Acesso em 22 de setembro de 2015

 

FRANCISCO, Wagner De Cerqueira E. "Êxodo Rural "; Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/exodo-rural.htm>. Acesso em 26 de setembro de 2015.

 

PENA, Rodolfo F. Alves. "Favelização e Segregação Urbana"; Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/favelizacao-segregacao-urbana.htm>. Acesso em 26 de setembro de 2015.

 

“União Nacional Por Moradia Popular”. Disponível em:

<http://www.unmp.org.br/index.php?option=com_content&view=section&id=16&Itemid=98>. Acesso em 23 de setembro de 2015.

Segregação Urbana

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